sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Será que esse Sistema dará certo?


O governo anunciou, depois da tragédia que se abateu sobre as cidades serranas do Estado do Rio, a criação de um Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais. Até aí, tudo bem. Era necessário tomar uma providência enérgica para modificar a maneira como são encarados os desastres ambientais no Brasil, quer dizer, sem nenhum plano de prevenção.
O ministro de Ciência e Tecnologia Aloizio Mercadante afirmou que o novo sistema deverá funcionar a pleno vapor daqui a quatro anos, mas que os primeiros resultados já aparecerão em 2012. É claro que não dá para montar um Centro que exige uma estrutura técnica bem organizada em um mês, mas precisamos de medidas a curto e a médio prazo para que novos desastres não ocorram ainda em 2011, já que a temporada de chuvas se estende pelo menos até março.
Falta no Brasil um sistema de comunicação que alerte a população quando um acidente de proporções graves está para acontecer, a partir de fotos de satélite. Praticamente toda a população tem um aparelho de televisão em suas casas. Basta alguém da Defesa Civil, orientado por um órgão do governo, fazer um alerta direto, avisando para que a população de determinada área saia de casa e vá para abrigos em algumas horas. Isso poderia ter ocorrido na região serrana e evitado muitas mortes.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A maior catástrofe registrada nos últimos anos


No estado do Rio de Janeiro, cidades como Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis sempre foram referências de tranquilidade, conforto e turismo. Em virtude das chuvas que ocorreram com grande intensidade a partir do dia 11 de janeiro de 2011, na região serrana do estado, o Brasil testemunhou a maior tragédia climática na histórica de nosso país.
Até então, a maior tragédia registrada tinha ocorrido em 1967, na cidade de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, quando morreram 436 pessoas. Em janeiro de 2011, nos primeiros dias de tempestades e consequentes enchentes e desabamentos, mais de 600 pessoas morreram nos municípios da região serrana do estado do Rio de Janeiro.
As catástrofes também atingiram as cidades de Bom Jardim, Areal, Itaipava, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto. Nos primeiros dias de chuvas, a maioria das mortes ocorreram em Nova Friburgo e em Teresópolis.
Além de vidas humanas, essas regiões tiveram perdas materiais como desabamentos de casas, ruas e vilas inteiras; e perdas na infraestrutura de serviços essenciais como abastecimento de água, esgoto, energia elétrica e telefonia. A cidade de Teresópolis era apontada como a responsável por 70 % das hortaliças produzidas no estado do Rio, porém, as chuvas levaram 80% das plantações.
As cidades serranas atingidas pelas chuvas receberam reforço de mais de 200 homens da Força Nacional de Segurança, equipes de limpeza pública, voluntários na área de saúde e resgate. O Exército também enviou cerca de 400 soldados, 6 helicópteros, 30 veículos e equipamentos de apoio.
No dia 14 de janeiro de 2011, a cidade de Teresópolis sofreu com o boato de saques em seu centro comercial, forçando comerciantes a fecharem as portas. No dia 15 de janeiro, a chuva se intensificou mais na cidade de Nova Friburgo, causando novas enchentes e riscos aos moradores da cidade.
Apesar de todos os esforços junto aos governos locais, o governo federal admitiu perante à ONU (Organização das Nações Unidas), que o nosso país, até então, encontra-se despreparado para evitar mortes e mitigar efeitos trágicos em vários municípios do Brasil que possuem proximidade com rios, encostas sem monitoramento ambiental e moradias irregulares.
Em comparação à países como EUA, Canadá e Austrália, onde o volume de chuvas tem sido maior e onde há a ocorrência de tornados e furacões, no Brasil ainda morre-se muito mais em decorrência das enchentes e das chuvas fortes.
No final de 2010, o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) já havia alertado sobre a violência de fortes temporais que iriam ocorrer nas primeiras semanas de verão no ano de 2011, no Brasil.
Perante a preocupação da ONU, a partir de 2005, governos de todo o mundo geraram um acordo visando um plano de redução de risco que prevê a geração de melhor resposta e soluções às catástrofes de origem natural. Mas, segundo documento apresentado em 2010, pelo Brasil, a defesa civil brasileira e demais órgãos de socorro encontram-se despreparados para grandes catástrofes.